A nova orla da Barra

Quando vivemos a história, deixamos que a história passe por nós como se não existisse. A rotina é uma cortinaque se fecha ao que daqui a muitos anos será citado nos livros da educação primária como atos de relevancia para uma época. Fazemos dos feitos fatos e seguimos adiante. Salvador vive um  momento culminante de seu governo. Volta a reviver em mãos de um neto, Netinho. Um cara pequeno mas de grandes feitos. 

Em um momento como o que vive hoje este país de nome púrpura, qualquer governo que governe por paixão ao seu lugar, à sua gente, ao seu habitat, deve ser aplaudido, reconhecido, abençoado por todos os saravás desta Baía de todos os Santos.

Depois de haver vivido os anos mais tristes desta cidade que já pertenceu aos colonizadores dos mais banais, coronéis dos mais corruptos, poetas dos mais nobres, políticos de toda casta, tive o prazer de presenciar a inauguraçao da orla da Barra. 


(Foto: Max Haack)

Em menos de um ano o prefeito deu conta dela, está linda. E quem disse que beleza não põem na mesa? Mentira. Beleza não só se põem na mesa como faz a mesa toda. Levanta a autoestima de um povo. Nota-se pela alegria das pessoas surpreendidas com algo belo que não se chame trio elétrico ou festa de alguma coisa. Famílias decidem deixar a famigerada tv para passear, se animam, pois há segurança, lugares limpos para as crianças bricarem e bancos decentemente colocados para as vovós se sentarem enquanto apreciam o pôr do sol (belíssimo, por sinal, nessa parte da orla).

Há muitos problemas ainda de cunho social a se resolver, claro está que em um mandato que dura um ano não se arruma a opressão de cinco séculos, mas se começa por educar e para educar temos que antes dar o exemplo. O exemplo de que se pode ser limpo, de que se pode ser civilizado, de que teus impostos não são lixo para servir as narinas da corrupção, que xixi se faz no banheiro, nem que seja o químico, e que o público não é privado, é de todos e para todos, não pode ser levado pra casa nem muito menos detonado.

Isso se aprende com a valorização do espaço, com o amor que se dedica ao lugar onde vivemos, onde nascemos, onde fazemos a nossa história.

Amo esta cidade, algo me diz que ela faz parte de uma história mais longa de que sou capaz de esboçar sobre a vida que agora vivo. E sonho com que um dia eu possa vê-la livre dessas construções de concreto que ficaram pela metade, do lixo que se acumula em calçadas, do caos a que se submete diante do crescimento desenfreado de uma população sem acesso a uma educação adequada onde o descontrole da natalidade seja assunto de benefícios familiares que não resolvem o cerne da questão.

Não quero que se europeize, pois a sua beleza está na diversidade, mas que se civilize, que tenha direito a ser chamada de capital, a terceira, de um país gigante pela prórpia natureza, colosso não tão impávido, diante de pessoas de atitude, guiadas pela verdade e pelo bem comum. Que se valorizem seus belíssimos monumentos, seu patrimonio, toda essa arte que grita e que marcou a história desse nosso Brasil Anil.

Axé a um tal netinho que faz com que corra em suas veias o  grito de uma nação!


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