Nós/Pendular

Em Nós, Ana preenche o espaço com linha barbante; em Pendular, de Rogeria, obras híbridas propõem resgate da arte como experiência do sensível



Galeria do Goethe-Institut/ICBA (Corredor da Vitória).

Nós, de Ana Fraga, surgiu da denominação regionalista “nós pelas costas”. De acordo com a nomeação, alguém “cheio de nós pelas costas” tende a ser uma pessoa cheia de manias, sistemático, metódico e que assume uma postura pouco acessível. Redefinindo esse conceito a partir da própria estranheza, do assombro daquilo que é desconstrução e vazio, a obra é integrada pelo ato compulsivo e diário de laçar a linha, formando um nó. 

Já a exposição Pendular, de Rogeria Maciel, tem curadoria de Eriel Araújo e se dá a partir de cinco obras: Ciclo, feita por meio de apropriação de bulbos naturais de lírio, com aplicações de folhas de ouro e chumbo; Calibre 38, flores confeccionadas pelas internas de uma instituição carcerária, em retalhos de chumbo; Agudos, inspirada em pavios de candeeiros encontrados nas feiras livres de algumas cidades do interior do Brasil; Lâminas, uma série de gravuras sobre chumbo, que arrisca pensar os nossos próprios limites; e Recônditos, formas orgânicas feitas em fitas de chumbo, trançadas como em cestarias e que acomodam em seus interiores folhas e flores desidratadas. As obras pretendem resgatar a arte como experiência do sensível e buscam a delicadeza da transformação, as vivências cotidianas das sociedades e da natureza através de um olhar afetivo.


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